NU02 - Bebidas e Fumos nas Giras

11 giu 2019 · 4 min. 46 sec.
NU02 - Bebidas e Fumos nas Giras
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O que mais me perguntam é por que Seres de Luz continuam com vícios terrenos e precisam disso para trabalhar? Eu não entendo o motivo que leva as pessoas a...

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O que mais me perguntam é por que Seres de Luz continuam com vícios terrenos e precisam disso para trabalhar?

Eu não entendo o motivo que leva as pessoas a vincular o fato das entidades fumarem e beberem durante as giras como falta de evolução, para mim a explicação é muito simples.

Não existe entidade com crise de abstinência ou revoltada, caso não tenha seu fumo e sua bebida. Eles também não possuem vício e não precisam, mas gostam.

E pergunto: Qual é o problema? Por que o gostar faz Deles menos desenvolvidos?

Se pararmos pra pensar pode-se tentar entender onde tudo começou.

Lá atrás em diversas civilizações temos o conhecimento de que era comum o uso de ervas para chás, bebidas, emplastros para curar feridas, a fumaça das ervas e fumos queimadas para afastar maus espíritos, facilitar os rituais e etc.

É importante mencionar que a Umbanda se iniciou com os caboclos, e sabemos que a maioria dos rituais indígenas fazem uso de ervas tanto em bebidas como para defumação assim como os fumos, pois acreditam que a fumaça afasta más energias, facilita o transe e o acesso ao divino.
Não apenas os caboclos, mas a maioria das linhas que trabalham na Umbanda mantém este hábito, seja através da queima de ervas ou de fumos, seja pela bebida para assim facilitar o relaxamento do médium e também como parte de seus rituais durante seus atendimentos.

Observando estes rituais notou-se que o uso de algumas ervas provocavam experiências diferentes no acesso ao sagrado, deixando-o mais fácil.

Outra nota importante é que o avanço da sociedade moderna fez com que a maiorias dessas ervas e bebidas passassem a ser consumidas fora do ambiente ritualísticos se tornando algo mais elitizado consumidos principalmente por nobres que ingeriam da melhor bebida, melhor fumo, melhor comida. Sempre houve o costume de presentear as entidades com o que há de melhor, e o melhor era àquilo consumido pelos nobres e que, de alguma maneira, também acessível aos plebeus, bebida e fumo.

Dito isso, vamos lembrar que nossas Entidades foram pessoas encarnadas, são nossos antepassados e conheceram tudo isso antes de nós, então para mim existem alguns pontos relevantes que explicam o consumo, como:

1) Parte de seu ritual, seja com o fumo e a utilização de sua fumaça ou com a bebida, que além de limpar atua também como um relaxante para o médium;

2) Porque gostavam;

3) O médium no momento da incorporação continuava com seus hábitos sociais;

4) Oportunidade: As Entidades passaram a trabalhar com aquilo que tinham a mão.

As Entidades então passaram a usá-los como ferramentas de trabalho utilizando-os para manipulação de energia e essas ferramentas não podem ser vistas como profanas, o fumo vem da terra, e não há nada mais sagrado que a terra.

Juntando todas estas informações chegamos ao que acontece hoje durante um trabalho.

Tem médium que não fuma, mas faz uso do fumo durante os trabalhos;

Tem médium que não bebe, mas faz uso da bebida durante o trabalho;

Assim como há médium que não quer que suas entidade bebam ou fumem e não há problema, pois suas entidades irão trabalhar da mesma maneira.

É Importante entender que nunca haverá excessos das Entidades, elas jamais irão passar do limite ou chegar perto dele, o uso feito é sempre na medida certa, somente o necessário, casso isso ocorra, posso garantir que quem passou dos limites foi o médium.

Eu sempre me pergunto por que o fato de nossas entidades beberem e fumarem seja sinônimo de pouca evolução? Se JESUS transformou a água em vinho e até hoje o vinho é consumido em cerimonias religiosas, por que na nossa Umbanda isso seria errado? Por que nossas entidades precisam ser taxadas de espíritos sem evolução?

Isso é o que penso quando tento achar uma resposta para essa pergunta, mas como não preciso justificar os hábitos das nossas Entidades, pra mim Eles continuam sendo evoluídos, e se algum dia eu descobrir que não são, passo a ter certeza de que prefiro os não evoluídos, pois os amo seja como for.

Texto: Janaina de Aquino
Imagem: LGA Style & Luxury
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Autore Casa da Oxum Opará
Organizzazione Casa da Oxum Opará
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