Amigo do Rei

7 mar 2024 · 4 min. 6 sec.
Amigo do Rei
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Autor: Ruth Rocha Era uma vez um menino. Mais ou menos do seu tamanho. De nome Matias. Isso foi há muito, muito tempo... Naquele tempo ainda existia a escravidão. E...

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Autor: Ruth Rocha

Era uma vez um menino.
Mais ou menos do seu tamanho.
De nome Matias.
Isso foi há muito, muito tempo...
Naquele tempo ainda existia a escravidão.
E Matias tinha nascido escravo.
Matias era escravo de Ioiô.
Ioiô era menino também.Do tamanho de Matias.
Quando Ioiô nasceu na casa da fazenda, Matias estava nascendo na senzala.
E os dois cresceram juntos.
Muito amigos.
Brincavam de tudo que menino brinca.
Mas quando brigavam, como todo menino briga, Ioiô tinha sempre razão.
Ioiô era o patrão.
Matias, às vezes, contava a Ioiô:
Sabe, Ioiô? Eu não vou ser escravo sempre, não.
Um dia eu vou ser rei...Ioiô ria:
- Como é isso, Matias?
- É o que os escravos dizem... que lá na nossa terra meu pai era um grande rei.
E eu vou ser rei, também.
Ioiô não acreditava:
- Só vendo.Matias insistia:
- Vai chegar o meu dia...
E um dia...Matias e Ioiô fizeram não sei o quê, que não deviam e não podiam fazer.
O pai de Ioiô ficou zangado.
Deu uma surra nos dois.
Matias não ligou.
Estava acostumado.
Mas Ioiô ficou sentido, zangado.
Vamos embora Matias.
Vamos!Tem medo não.
Ioiô?Ioiô não tinha.E os dois saíram.
Entraram pela mata.A mata era perigosa.
Mas não para Matias.
Em cada curva havia uma indicação.
Matias entendia: É por aqui.
E em cada clareira encontravam alimento.
E quando escurecia faziam uma fogueira.
E os dois dormiam encolhidos, junto ao fogo.
Viajaram assim, muitos dias.
Até que, um dia, eles viram a mata toda enfeitada.
Tambores tocavam ao longe.
E de repente... gente!
Guerreiros imponentes.
Pintados, enfeitados, armados...
- Ai, que medo!Ioiô quis correr.
Mas os guerreiros se curvavam e falavam:
Dunga tará sinherê! Salve o nosso rei!
E sabe quem era o rei?
O rei era Matias.
E Matias e Ioiô foram carregados até a aldeia. Uma aldeia diferente...
Aldeia de escravos fugidos, um quilombo.
O povo da aldeia saudava seu rei: Dunda lá! Salve o rei! Saruê!
E Matias sorria e pensava:
- Chegou o meu dia...
E chegaram outros dias.
E Matias era rei e o que ele queria todos faziam.
E Ioiô era amigo do rei – quase rei...
Mas a saudade chegou.
E entrou no coração de Ioiô.
Ioiô quis voltar para casa.
E o rei Matias consentiu.
Matias e seus guerreiros levaram Ioiô pelos mesmos caminhos.
E quando viram ao longe a fazenda de Ioiô, Matias se despediu.
Um dia a gente se encontra.
Quando meu povo não for mais escravo.
E Matias voltou para a sua aldeia.
E muito lutou por sua gente.
Para que ninguém fosse escravo.
Nunca mais.Muitos lutaram também.
Lado a lado. Muitos negros, mulatos e brancos.
E entre eles Ioiô, o amigo do rei.
Fim!
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Autore Ginger Bambini
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