O visionário educador Anísio Teixeira defendia que a escola deveria “ser uma parte integrada da própria vida, ligando as suas experiências às experiências de fora da escola”.
Criador do ambicioso projeto da Escola-Parque, quando foi Secretário da Educação do Estado da Bahia, no final dos anos 40, Anísio dizia que escola deveria formar “pequeninos Sócrates” que tivessem a inteligência preparada para lidar com as incertezas do mundo complexo, a se preparar para a democracia, e para enfrentar os problemas do mundo.

Não podemos separar a educação da vida. Para pensarmos a ideia de formação integral é preciso ir além do espaço familiar e escolar, alcançar o espaço da cidade, do mundo e religar os saberes. Aprendemos na família, na comunidade, nos espaços de convivência com qualquer pessoa, no campo, na cidade, com o nosso planeta e universo.

Neste episódio falamos sobre os territórios educativos e sobre a necessidade da integração plena da escola com a comunidade. A escola deve ser um polo de conexão para que a comunidade inteira se envolva com as futuras gerações. Esse deve ser o nosso compromisso, a nossa responsabilidade pessoal e social com as novas gerações. Como diz o provérbio africano, “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”.

Falamos da escola como a articuladora dos potenciais locais, através da gestão democrática plena, com a possibilidade da participação de todos os atores nesse processo: pessoas da comunidade, pais, funcionários, professores, alunos e outros atores que possam colaborar, como empresas, ONGs.

Em breve provavelmente não mais teremos mais fronteiras entre as escolas e comunidades. Temos a educação para além do espaço da escola e cada vez mais a educação sai da escola. Num futuro próximo muitos bairros se transformarão em escolas a céu aberto, conectadas aos professores e às salas de aula.

Para além das atividades físicas e presenciais, teremos cada vez mais atividades à distância. As novas tecnologias já permitem atividades híbridas de aprendizagem, e muitas outras virão, através dos avanços tecnológicos. Serão vinculadas e coordenadas pela escola, mas com as conexões nos lares e comunidades.

Quanto mais integrados e integradores forem os ambientes que envolvam a escola e a comunidade, mais êxito teremos rumo a uma aprendizagem integral e para a cidadania. É a comunidade inteira que educa as novas gerações.
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