De 2018 até 28 de fevereiro de 2023, 49 brigadianos cometeram suicídio. Esse número representa mais da metade de todas as mortes entre estes policiais no mesmo período. O suicídio foi a principal causa de morte de policiais militares no Rio Grande do Sul em 4 dos últimos 5 anos. O único ano que o número de mortes em confronto superou o de suicídios foi em 2019, quando 6 perderam a vida em troca de tiros e 5 tiraram a própria vida. Os dados foram obtidos junto à Brigada Militar por meio da Lei de Acesso à Informação pela equipe jurídica da deputada estadual, Luciana Genro, do PSOL.

A partir dos relatos de policiais militares da ativa e da reserva ouvidos nesta reportagem, os fatores para os problemas de saúde mental até chegar ao suicídio são diversos: estresse, carga de trabalho, dificuldades financeiras pela baixa remuneração e perseguições internas feitas por oficiais. Com os depoimentos foi possível também perceber que existe um modus operandi para as perseguições exercidas internamente na corporação. Elas acontecem através de escalas exaustivas, exclusão de trabalhos que podem gerar rendimentos financeiros maiores, assédio moral, terrorismo psicológico, rotulações, inquéritos policiais militares distorcidos de ocorrências e procedimentos administrativos disciplinares também oriundos de acusações que não condizem com a realidade. Para entender um pouco o que é a realidade do policial militar de nível médio no Estado, é necessário conhecer o contexto em que eles estão inseridos. A política tem impacto direto no batalhão.Todos os detalhes você acompanha ao longo dos 5 episódios desta série de reportagens do repórter Leno Falk.